"O que mata um jardim não é o abandono. O que mata um jardim é esse olhar de quem por ele passa indiferente."
(Mário Quintana)

sábado, 24 de setembro de 2011

INCLUSÃO

Sou totalmente a favor da inclusão. Vejo casos de autistas que nunca saem de casa. NUNCA MESMO... Acredito que a inclusão começa em casa.
Vivemos em um mundo cada vez mais perdido no que diz respeito ao RESPEITO, ao CARÁTER, ao AMOR, a TOLERÂNCIA. Parece normal que as mulheres saiam de casa numa noite e sejam chamadas de "cachorras" e cantem "quero te dar" e ao mesmo tempo eu ouço várias reclamando que não são valorizadas e se sentem mal com isso. Escuto homens falando que as mulheres só querem o dinheiro deles, mas saem por aí cantando "hoje eu vou trair a minha namora", "vou largar minha casa e viver num cabaré" - nem sei se a letra é assim mesmo, mas quer dizer algo desse tipo... E a sociedade?

A sociedade trata isso de uma forma absolutamente normal.

Uma criança de 10 anos atira na professora e depois se mata...

O dono de um Colégio renomado aborda a humildade com fotos chocantes e em seu twitter escreve "Eu sou o rei do ... (nome do colégio).

E me parece surreal que as pessoas achem graça ou estranho o comportamento de um autista. Eu venho pensando o quanto os autistas são especiais e estranhos somos nós.

Eu considero evidente que em uma escola que uma criança de 10 anos entra com a arma do pai e atira na professora e depois se mata, seja um lugar impossível de haver alguma espécie de inclusão. Nós "normais" nos excluímos. Seja diferente e você será comentário, seja você mesmo e será chamado de louco... Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo!

Hoje eu converso com pais donos da verdade, julgam e comentam a vida alheia no momento que o próprio filho está trancado no quarto cheirando cocaína e nem os pais, nem os irmãos percebem nenhuma diferença e nem mesmo a entrega em domicílio!
Julgam o comportamento alheio, chamam os outros de malucos e não conseguem a nenhum momento olhar  para dentro de si, para dentro de casa, para a vida dos filhos, para a própria consciência e notar o quanto permitem absurdos e se permitem a cegueira do que há dentro de casa.

Não sou mãe, sou Pedagoga, mas eu acredito que o NÃO é tão educativo quanto ou mais, em alguns momentos, que o SIM, cito Vladimir Maiakóvski: Amar não é aceitar tudo. Aliás: onde tudo é aceito, desconfio que há falta de amor. 

Se não somos capazes de ter parceria uns com os outros nos julgando "normais", imagina com um autista?

Acredito mais e mais, a cada dia, que não são eles (nossos autistas) que 

precisam de terapias e tratamentos pedagógicos para "vislumbrar" o nosso 

mundo, mas que nós precisamos começar, engatinhando, para ter o prazer da 

inclusão de um autista em nossas vidas.



E se ao ler isso e assistir algum vídeo sobre autismo você falar: "Imagino 

como eles se sentem!" - Retire imediatamente sua fala e reconstrua o seu 

pensamento, acredite: Você não sabe!








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